Outro dia, a tarefa era gravar uma fábrica de móveis. Ou seja, muitos homens trabalhando, um barulho ensurdecedor de máquinas, conversas, gritos, telefones tocando e tudo o mais que tem a capacidade de deixar uma pessoa maluca.
Mas quando deu meio dia, e o pessoal debandou para poder almoçar. Sem que eu percebesse, uma canção solene, tocada num trompete, começou a preencher todo o espaço. Perguntei que era, e o rapaz que estava acompanhando a gravação disse “é o Rogério, que sempre toca a essa hora”.
Aquela melodia quase mórbida trouxe uma estranha sensação de paz e melancolia. Transformou os ares daquele ambiente ruidoso e conturbado num ambiente de tranquilidade e harmonia.
Um momento solene.
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