M V Izquierdo

O Lado Esquerdo dos Blogs ou Aquele Blog Que Tem a Tal da Sacadinha...

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Raiva!

- Olá, meu nome é Bernardo, tenho 22 anos.

- Olá, Bernardo. – diz o coro de homens.

- Bem, eu preciso desabafar, amigos. Eu agredi a minha ex-mulher.

Instaura-se um certo reboliço.

- Eu sei, estão pensando “casou tão novo”. Mas esta não foi a maior estupidez, e, sim, não ter matado a louca de vez.

-Numa noite, ela me botou contra a parede: "Estou bonita?” Eu, acuado, respondi: “Glamorosa, está glamorosa, meu amor”. Ela: “Como assim, glamorosa? Que vadia te ensinou essa palavra, Bernardo?”
E como nessas horas verdade nunca soa como verdade, eu, decidido, quis dar fim ao meu sofrimento: “Sim, aprendi com uma vadia, dessas de rua. E o pior, ela era a sua cara!”
Ela, serena, disse: “Enfim as mentiras acabaram. Este é o fim do nosso relacionamento”
Entrei em estado de choque. Não acreditei... ela não ia sair por cima! Quebrei tudo. Fiz um show. O típico marido ressentido. Ele não estava engolindo. Pensei em ser mais decidido. Liguei o carro, o meu benzinho, e disse que iria me afogar no Tietê se ela não voltasse para mim. Nada. Abri a garagem. Nada. Liguei o benzinho. Nada.
Ele, delicadamente, disse que nosso relacionamento não poderia continuar e se foi. Não aguentei. Corri com o carro atrás dela e BANG!
Depois disso minha vida acabou. Perdi o carro, o meu benzinho... A casa. E preciso cumprir 180 horas de terapia em grupo contra raiva de ex-mulheres.
Mas o bom de tudo isso é poder estar aqui, nestas noites tristes, com pessoas que realmente me entendem e gostam de mim!

-Aquela vaca não te merecia! - grita um ex-marido, cheio de raiva acumulada.

-É! Viva o Bernardo! – urram os homens, jogando Bernardo para cima.

Houve até uma rifa para acumular grana para um novo benzinho.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Parece até coisa de tirinha.

Paulista, fila do cinema. Tudo normal, até que olho para trás. Uau, o Laerte! O cartunista, sabe? Tive um flash da primeira vez que o vi, há três anos atrás, e acabei criando uma situação meio incômoda:


“Você acha que o estilo do traço dos cartunistas brasileiros é meio malandro?”

Pergunta meio improvisada, porque era o LAERTE, precisava falar alguma coisa. Nem que fosse idiota, como realmente foi.
Ele ficou bravo, falou que não. Que malandro pra ele era vagabundo! O que é isso, %#@?!
Bravo, mas nem tanto. Deixou que tirasse uma foto.

E agora vejo o cara na fila do cinema, três anos depois. Mas... não exatamente um cara. É uma mulher. Mas é o Laerte.
De cabelos compridos, vestido, brincos, batom (espera, tem mais), uma colônia feminina doce pra burro, e as unhas dos pés muito bem pintadas também, enfiadas numa sandalinha.

Surpreendente como as coisas mudam com o tempo.

Fiquei com vontade de tirar uma nova foto com ele, pra marcar o “antes e o depois” da transformação, mas me contive. Tive receio de mandar outra pergunta idiota. Agora seria muito mais fácil do que foi há três anos.


Grande Larte!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Existe coisa pior que perder a carteira?

Pô, existe coisa pior que perder a carteira? Perdi a minha e entrei num péssimo estado de melancolia.

É preciso cancelar o cartão de crédito, o cartão do ônibus, o cartão da locadora.
Sem falar do dinheiro.
A fila no poupa-tempo, que faz gastar algumas horas.
O triste destino de ter que fazer segunda via dos documentos.
Cadê aquele cartão com aquele número de telefone importantíssimo? Droga, estava na carteira!
E tem a carteira em si, também, que já fazia parte do bolso da calça.
Puxa, o BO. Nem me lembre do BO!

Melhor mudar de assunto, antes que a melancolia me pegue de novo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

De tarde no metrô.

O normal, quando se está no ônibus, é ouvir dizerem: “Eu tou aqui pedindo uma ajuda pra...”. Mas João Carlos não é desses, João Carlos é artista:


A monotonia do vagão era a de sempre.
Um homem normal entrou no trem, carregando o violão na bag, como qualquer pessoa normal, ou quase. Eis que a voz dele soou, e fez todos ouvirem os melhores hits sertanejos.

Alguns não curtiram a ideia, torceram narizes, mas outros curtiram. Uma fã ensandecida, groopie da melhor qualidade- maluca e histérica-, pulava e gritava acompanhando a melodia.

E quando o trem chegava numa estação, João Carlos guardava rápido o violão. “Comercial, gente, comercial”, enquanto espiava para ver se não tinha polícia na parada.

E ao voltar a andar, dá-lhe sertanejo.

Corria pelo vagão todo, cantando, dando show de alegria e bom humor! Deixando espectadores envergonhados e animados. Um showman impecável.

E, ao final, mais uma surpresa: não pedia dinheiro! Pedia para que comprassem seu CD, com músicas PRÓPRIAS. As pessoas compraram aos montes! Custava a bagatela de dois contos.

Se virmos, logo mais, João Carlos na TV, não se impressionem.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Argumentos esdrúxulos.

Odeio quando as pessoas tentam justificar más ações com argumentos dissimulados, que desviam a atenção dos outros para algo esdrúxulo.


Essas pessoas sabem que tudo que é ruim, no fundo, tráz algo de bom também (como tudo que é bom também traz algo de ruim).
E elas vão no fundo das más ações para tirar delas o único argumento bom que as justifica.
É quase como se eu te convencesse, leitor, de que levar um chute no pâncreas faz bem! Ora, todo chute no pâncreas libera uma endorfina X que faz a pele ficar menos oleosa... Oras, então levar chute no pâncreas faz bem!
NÃO! É UM CHUTE NO PÂNCREAS, ACORDA!

Ou pior! Quando eles trazem... DADOS.

Poisé, porque uma pesquisa feita meses atrás descobriu que numa cidade em que os pais chutam o pâncreas dos filhos, os números de embriaguez entre jovens de 11 a 13 anos é 12% menor do que em outras cidades em que o chute não faz parte do hábito da família!

PREFIRO LEVAR MEU FILHO AO BOTECO, OBRIGADO!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Da pá Virada!

Ual! A Virada Cultural é incrível. Andar com despreocupação pelo centro velho às três horas da madrugada não é sempre possível.

Mas é claro que tem o lado bizarro e amedrontador!

Por exemplo, uma hora vi um grupo de meninas cantando Parabéns pra Você para uma garrafa de vodca!? Até entenderia o entusiasmo se a garrafa não fosse Balalaika. Injustificável.

Briga? Vi um monte! Caras ensanguentados. Valentões sem camisa encarando outros valentões sem camisa... Quase tão legal quanto ver a apresentação de Luta Livre! Que show, que show.

Mas tinha a alegria, o astral incrível daquela noite estrelada! Os jovens se amando no meio da rua... “amando” é eufemismo, claro.

Num determinado momento, vi uma garota meditando bem numa travessa, num impressionante estado de nirvana. Me perguntava “o que será que ela tomou?” A resposta era evidente “a Balalaika, é claro”.

Pedimos mapas emprestados, fizemos amigos, encontramos amigos. A Virada é assim, da pá Virada.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vamos ouvir com o corpo?

Vamos ouvir com o corpo?!




Acompanhe as batidas, repare nos pés contando o tempo, 1 2 3 4 – 1 2 3 4
A cabeça dizendo “sim! É isso aí”, balançando cima-baixo cima-baixo cima-baixo.
Ôpa, repare nos dedos batendo na mesa. Truts Truts... Truts Truts...
Os olhos se apertam (não, não é alta exposição à luz) acompanhando um meio-sorriso (não, não é expressão de desgosto, pelo contrário).
Encosta na cadeira direito! O ouvido tá quase relando na caixa de som.
Os ombros não entram em acordo; ficam sempre indo para lados opostos; eles gostam!
E os pés sempre contando o tempo, 1 2 3 4 – 1 2 3 4.

Porque ninguém ouve só com os ouvidos.
Truts Truts... Truts Truts... Truts Trutsssss

quinta-feira, 14 de abril de 2011

E a moda agora é... conjuntivite.

O que está acontecendo?! Todo mundo está pegando conjuntivite?


Pessoas faltando no trabalho, na faculdade, na academia... deixando de ir ao médico porque estão com conjuntivite.
É a tal epidemia de que falam na TV, nos jornais, na internet, nos corredores, neste blog.

E, para melhorar essa situação tensa de saúde pública, e incentivar a neurose hipocondríaca dos leitores, este blog alguns passos de como não pegar conjuntivite:

- Cuidado com coletivos, é por onde viaja a conjuntivite.
- Atenção ao atravessar a rua, do outro lado está a conjuntivite.
- Cuidado com os amigos doentes, eles dão conjuntivite.
- Cuidado com os amigos sadios, eles guardam a conjuntivite.
- Cuidado com o ar, é o que respira a conjuntivite.
- E o principal de tudo, não se apaixone até o fim da epidemia. Até a paixão já dá conjuntivite.
- Morrer? Morrer é a própria conjuntivite. Evite.

Não que eu queira pegar, mas logo vou me sentir estranho por ainda não ter pegado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Pegador... de latinhas.

Depois da aula, já voltando para casa, de noite, ele veio cantando, todo feliz, e me parou pra dizer, na humildade: “Poxa, cara, aqui nessa faculdade só tem mulher bonita”
O cara cheirava a cerveja e suor. Mas só percebi mesmo que ele não era universitário por causa do saco cheio de latinhas.
Puxei conversa: “É mesmo, cara! Tem umas...”
Ele, para minha surpresa, me contou algo que não vou esquecer mais:

Ele: “Uma vez, na Augusta, uma delas me beijou”
Eu não aguentei: “Sério mesmo? Conta aí!”
Ele, contente: “Poxa, ela tava bêbada, mas eu cheguei nela e falei ‘Sou solteiro, moro debaixo da ponte, não tenho dinheiro, mas tenho muito amor pra dar’. Ai ela me beijou.”

Nós dois rimos muito. E antes de ele ir embora, perguntei: “Qual é o seu nome, amigo?”

"Sérgio, meu nome é Sérgio”

O Sérgio é uma cara muito legal, e com uma lábia que Nossa-Senhora.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Numa aula de desenho.

Alguns professores são muito espertinhos!

Há uns anos atrás, numa aula de desenho, eu levei um jornalzinho de histórias em quadrinhos chamada Gibi – lá dos anos 60, um dos que sobreviveram à adolescência dos meus tios -, e perguntei para o professor:

-Hei, como é que eles coloriam esses quadrinhos naquele tempo?
Ele, sem mesmo precisar pensar, falou:
-Ótima pergunta, ótima pergunta. Seria interessante se você me fizesse essa pergunta semana que vem.

Nunca mais perguntei, e acho que nunca vou saber a resposta.



O TAL GIBI

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rir para não chorar.

Marcia e Rogério são o casal perfeito. Nesses quinze anos de casamento, nenhuma briga, nem mesmo uma discussão. Por quê? Além da paixão insuportável que sentem um pelo outro, eles fazem piada com tudo.

Não existe com que não façam no mínimo uma brincadeirinha. Rogério, no dia de seu exame de próstata, não se surpreendeu com o bilhete Márcia, que dizia “Tenho fé em Deus de que nada de ruim acontecerá. Tenho certeza de que, desse dia, só te sobrarão boas lembranças”

Mas algo de ruim aconteceu. Márcia passou uma semana inteira calada, não sorria, se recolhia nos cantos. Parecia esconder algo. Rogério, querendo quebrar o gelo, preparou um jantar romântico, com luz de velas e tinto seco.
Eles ainda nem tinham chegado no vinho e Márcia soltou “Rogério, tenho algo sério para contar”.
Rogério nem deu atenção, continuou tentando tirar a rolha da garrafa, só esperando outra piada com o exame de próstata.
Mas ela continuou, sóbria: “Rogério, tenho algo sério para contar”
Rogério, feliz, servindo o vinho: “Perdeu a chance, já tirei a rolha”
Marcia hesitou, mas acabou falando, num impulso: “Eu te trai!”

Rogério derrubou o vinho na mesa, quase caiu da cadeira.

Olhou intensamente nos olhos de sua mulher, e ofegante... soltou a risada mais escandalosa dos últimos quinze anos. Márcia começou a rir também.
O casal brindou, foi para o quarto e teve uma noite memorável. Tudo voltou ao normal.

Mas Rogério não conseguiu cair no sono. Ficou pensando no vinho, na mulher toda séria, na história da traição, na próstata. Acabou se sentindo acuado, carente. Olhou para a mulher, linda, engraçada, e botou pra fora mais uma gargalhada e voltou a dormir.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre-humano.

Incrível como algumas pessoas, que, parecendo até sobre-humanas, têm o poder de fazer você sentir uma depressão infinita só por você ser você e não elas.


Pessoas que tiveram ideias incríveis, encontrando aquilo que estava na frente de todos o tempo todo. Que perderam o necessário, que fizeram rir na dor, que amaram o alcançável, que viveram até longas idades, que morreram jovens.

Boa sorte para todos que buscam, ainda buscam, ser sobre-humanos. Boa sorte.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Pega aqui!"

Linguagem e comunicação podem te causar problemas!


Outro dia, cheguei com uns amigos para almoçar num restaurante japonês, meio dia. O lugar estava cheio, a fila passava da porta de entrada e chegava até a rua.
Com o tempo de sobra, conseguimos fazer amizade com a atendente do restaurante.
Ela, nascida na Bahia, veio a São Paulo para trabalhar.

E, num determinado momento da conversa, eu comentei com ela “Nossa, essa hora pega aqui, heim!” Com uma infeliz entonação nas palavras “pega aqui”.

Não preciso nem falar nada sobre a cara de nojo e desprezo com que ela me olhou, certo?
Eu tive que pedir desculpas e explicar o que minha frase realmente queria dizer.

Foi uma situação problemática, mas mesmo assim divertida!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vamos inventar histórias!

O ambiente é um café, na Paulista.
As Personagens são Ana, Marcelo e uma mulher, sentada ao lado dos dois, que ouve música.

Ana e Marcelo, num impulso leviano e poético, inventam biografias para os tomadores de café.
 As histórias ganham drama. Vão crescendo, incorporadas nos clientes que repousam (agonizam), bebem (se embriagam), comem (fazem sexo), lamentam (amam), dormem (morrem).
Histórias tragicômicas são também delineadas, ali, espontaneamente. Risos nascem; felicidades crescem, paixões acontecem.

A mulher que já nem prestava mais atenção na música, dedica-se a Ana e Marcelo.

As narrativas continuam: remorsos são transcritos a partir dos olhares e as histórias se cruzam.
A mulher, atenta aos contos, arregala os ouvidos.
Estes, com tempo, mirram, fenecem. As alma de Ana e Marcelo se acalmam, vivem suas próprias histórias.

A mulher, só então, volta a ouvir música.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Coração a vista.

Fuzen não era igual às outras pessoas. Era diferente...

Logo depois do parto, o médico trouxe a notícia: Fuzen havia nascido com o coração para fora do corpo. Horas de cirurgia frustradas. Ele teria de conviver com a terrível anomalia.

Na infância não se importou muito. As crianças faziam roda para ver o coração do garoto bater, nervoso. Ele pegava com dificuldade o coração nas mãos e, glorioso, levantava aos céus, para que todos o vissem.

Na adolescência, terríveis zombarias foram feitas e apelidos inventados; mas havia aqueles que entendiam a situação excêntrica com respeito – dó.

Mas nada disso importava a Fuzen, eram as questões do amor que o incomodavam.
O nome dela era Luci. Quando a viu pela primeira vez, Fuzen não conseguiu esconder a taquicardia natural da paixão; e os outros adolescentes entenderam o sinal. Carregaram a menina a força para perto do rapaz, que já estava com o coração na mão. Luci, respeitosamente, dissuadiu Fuzen de tal ideia romântica. O coração parou de bater por alguns segundos.

Na juventude, Fuzen enfrentou sérios problemas de saúde. O ritmo do coração já era arrastado, pela doença e pelo cansaço. Foi constatado que não viveria muito tempo. Numa das idas ao médico, Fuzen teve uma parada cardíaca. Sobreviveu por milagre. Mas os ataques ficaram mais intensos, intensos, intensos. Fuzen já não suportava mais, e o coração parou, milagrosamente.

Fuzen foi sepultado semana passada, e lembrado por ter sempre exposto o que havia de melhor dentro dele. Luci não apareceu no enterro.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Banho do dia.

Interessante como você encontra de tudo em sites esotéricos.

Outro dia eu achei uma página na internet com receitas de banhos.
Os que me chamaram a atenção foram:

Banho para acalmar e trazer paz. Ok, se é banho, provavelmente vai trazer paz. E muitas vezes acalmar é o único motivo de se tomar um banho.

Banho afrodisíaco. Que tal numa banheira de hidro com champanhe e morangos? É mais certeiro.

Banho para atrair homem. Atrair homem?! Tome um bom banho, já é o bastante.

Mas o mais interessante foi: “Banho de atração especial para mulheres com mais de 40 anos”. Fórmula: pétalas de rosas e UMA DOSE DE CONHAQUE.

O método de uso provavelmente é: “derrame as pétalas na água e dê o conhaque ao parceiro. Se uma dose não for o bastante, aumente de acordo com as necessidades dele”.

Tudo muito estranho e divertido.

Vamos tomar um banho?