Outro dia fui entrevistado por um repórter de TV, lá pela Paulista, pra falar sobre inveja. Respondi algumas perguntas timidamente - com desenvoltura habitual, digamos; e fui embora.
Minutos depois eu pensei bem nas minhas respostas e me dei conta "eu podia ter dito tanta coisa...". E podia mesmo. Ter feito alguma piada - infame, mas ainda sim uma piada; podia ter andado pela Paulista com o câmera, narrando acontecimentos; podia ter feito associações com fatos corriqueiros do dia a dia ou até mesmo com um fato histórico importante. Mas não. Respondi com a minha desenvoltura habitual.
Mas me alegro por saber que isso faz parte do trabalho daqueles que criam histórias: poder sempre reelaborar os diálogos, intensificar as narrativas, ramificar os núcleos dramáticos, e recontar infinitamente.
Um professor de direção de TV bem que disse que o trabalho do roteirista é se perguntar "e se...".
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