- Olá, meu nome é Bernardo, tenho 22 anos.
- Olá, Bernardo. – diz o coro de homens.
- Bem, eu preciso desabafar, amigos. Eu agredi a minha ex-mulher.
Instaura-se um certo reboliço.
- Eu sei, estão pensando “casou tão novo”. Mas esta não foi a maior estupidez, e, sim, não ter matado a louca de vez.
-Numa noite, ela me botou contra a parede: "Estou bonita?” Eu, acuado, respondi: “Glamorosa, está glamorosa, meu amor”. Ela: “Como assim, glamorosa? Que vadia te ensinou essa palavra, Bernardo?”
E como nessas horas verdade nunca soa como verdade, eu, decidido, quis dar fim ao meu sofrimento: “Sim, aprendi com uma vadia, dessas de rua. E o pior, ela era a sua cara!”
Ela, serena, disse: “Enfim as mentiras acabaram. Este é o fim do nosso relacionamento”
Entrei em estado de choque. Não acreditei... ela não ia sair por cima! Quebrei tudo. Fiz um show. O típico marido ressentido. Ele não estava engolindo. Pensei em ser mais decidido. Liguei o carro, o meu benzinho, e disse que iria me afogar no Tietê se ela não voltasse para mim. Nada. Abri a garagem. Nada. Liguei o benzinho. Nada.
Ele, delicadamente, disse que nosso relacionamento não poderia continuar e se foi. Não aguentei. Corri com o carro atrás dela e BANG!
Depois disso minha vida acabou. Perdi o carro, o meu benzinho... A casa. E preciso cumprir 180 horas de terapia em grupo contra raiva de ex-mulheres.
Mas o bom de tudo isso é poder estar aqui, nestas noites tristes, com pessoas que realmente me entendem e gostam de mim!
-Aquela vaca não te merecia! - grita um ex-marido, cheio de raiva acumulada.
-É! Viva o Bernardo! – urram os homens, jogando Bernardo para cima.
Houve até uma rifa para acumular grana para um novo benzinho.
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