Clarinha simplesmente amava balões. Podiam ser de qualquer cor e tamanho, só tinham que poder voar, pois esse era o sonho dela: romper as nuvens. Virou necessidade quando soubera da viagem intergaláctica.
- Papai e a mamãe foram para o céu, queridinha.
Por que ela também não podia voar para o alto, conhecer as alturas, ver os pais? Daqui debaixo não dava pra enxergar; isso a entristecia. Ela consultou a todos, queria voar, tocar o azul infinito! Mas ninguém dava muita atenção para histórias infantis de gente indo para o céu.
O negócio era tentar! Comprou dez balões. Dez já deviam bastar. Não foi bem assim que aconteceu.
Quando o desejo virou obsessão, esclareceram tudo. Papai e mamãe não estavam mais entre nós. Gente não voa com balão. Você precisa crescer, deixar de ser avoada, pra ser alguém e subir na vida.
Clarinha continuou triste, triste e confusa.
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